Poemas, frases e mensagens de MelPimenta

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de MelPimenta

Novo dia

 
Serenamente, beijo a madrugada e o perfume que se solta da escuridão.
Esta bonança devolve-me a inteireza de espírito e faz-me acreditar num dia cheio de bem aventurança, paz, amor, alegria e verdade, um dia cheio de luz.
Já sinto o dia chegar cheio de novidades.
Já sinto o frescor da nova aurora a prometer momentos repletos de luz e muitos olhares iluminados, sorrisos serenos, ternura nos gestos, gentileza nas palavras, calor nos corações.
O dia promete esperança no inusitado e um olhar sobre o grande plano das coisas num vislumbre mais elevado. O vislumbre que nos oferece Deus em toda a sua sabedoria e amor.
A calma da noite sossega o meu peito dando-me aconchego e amamento para me recuperar dos dias loucos de outrora. Mas, fundamentalmente, faz-me acreditar numa mais elevada forma de ver a vida e de viver, com mais bondade, mais altruísmo, mais gentileza, mais empatia, mais alegria e mais esperança.
Espero deste dia uma dança com a vida e com toda a sua beleza. Uma dança de carícias, de ternura, de paz, de amor.
 
Novo dia

Ferida Aberta

 
Naqueles dias corridos em que o tempo era escasso para os inúmeros compromissos e a multidão desenfreada esquecia, distraída, os enigmas singulares que o sussurro da criação pronunciava no vento, a mulher desconhecida reparava a ferida irreparável que a força de tantas horas de batalha sulcara em seu corpo.
Naqueles dias corridos, a pressa sufocava, a angústia aprisionava, o suor era de dor e a mulher resgatava as suas partes com a profundidade dos campos de acácias.
Reparava a ferida com o unguento da ternura de sua carícia cansada.
Nas mãos uma história rasgada pelo tempo.
No corpo a memória da raíz da paixão marcada pelos golpes ásperos da tempestade que dizimara sua seiva existencial.
No olhar uma espera do inabalável, da verdade que infunde o suceder de gestos que não se façam poeira na inquietude do relógio, no tumulto da cidade, nas palavras mecânicas.
Os simples gestos que no silêncio da valsa das acácias reconstroem um semblante outrora esquecido.
Gestos tão envoltos em verdade que os propósitos das palavras se tornarão menores ante a magnitude do sentir.
 
Ferida Aberta

Desterro

 
Esperava longamente
Os dias de um sonho que não lembrei
Como promessa errática
Saída do teu coração tão breve e incauto
Onde só o vento se sustém
O sabor a renúncia
Transbordava do meu ventre
Que não regaste
E num sopro apenas
O rompeste
Na multidão eu voltava à realidade
De uma cidade esquecida dos sumos do tempo
Tão adoecida pela exaustão
Desmemorizada dos dias de sonho
Em que se pairava na promessa de vida
E em fuga procurava um ar mais puro
O diamante por entre as visões poeirentas
E o saber negligenciado
Atirado para o chão como roupa suja
E ali, desterrados
Ouvimos até sem querer
Palavras que nos cortam a emoção
Medo louco daqueles redemoinhos de ruído
Que denunciam sombrios caminhos
 
Desterro

Letargia

 
Que letargia, que cansaço, que falta de emotividade.
E que incompreensão a minha perante o que me tolhe o sentir, o movimento, o existir.
Caio na estrada, derrubada pelo peso da vida que se fez ferida na minha alma, no meu pensamento, no meu agir e deixo-me ficar, morrendo para o meu entendimento e querer. Deixo-me padecer nos braços daquele que me colhe na procura de um pequeno brilho no azul celeste. Na procura de sentir a vibração mais alta que posso conceber para me tirar do sono profundo do Ser e me elevar até o infinito.
Sono profundo que não me deixa ver ou saborear a maravilha do Eterno, a maravilha da existência.
Procuro bem no centro o sol que me traz vida. Que derruba os muros da insensatez e me abriga no Presente, dádiva feliz que me cinge e que me faz querer degustar a promessa do sem forma, sem nome, atemporal, sem limites e tornar uma só com o firmamento. Beijar as estrelas e descansar nas nebulosas e daí saltar para a realidade da perene Luz que me circunda.
 
Letargia

Procura

 
Persegues -me pelas ruas da cidade, ávido pelo que em mim germina.
Perguntas à aurora. Perguntas à flor que brotou em teu peito quando de amor ressuscitavas em meu leito.
Desconheces os meus caminhos de ora e te frustras na multidão.
Vês semblantes perdidos em busca da salvação.
Entendes os seus gritos e choras por compaixão.
Sempre foste o germinar da esperança no meu olhar, meu menino inquieto. Eras quem clamava pela minha alma quando nossos corpos se uniam em chama.
Resgatavas fragmentos meus com teus lábios sussurrantes e desvelavas os segredos que eu não podia revelar.
Despiste-me no silêncio de um olhar.
Atiçaste o meu coração mão na mão.
Agora procuras o caminho que é meu, fruto do destino, feito devagarinho, entre luz e breu.
Suado gritas por quem desejas na tua cama com cheiro a sonho e a anseio.
Bebes do néctar do colo numa espera atribulada.
Mas quando no espaço infinito a minha alma te visita vertes mel do teu peito com cheiro a desejo e a fruto maduro.
 
Procura

Doçura

 
O fascínio desta manhã leva-me a recordar a suavidade da vida.
Doce e terna, suave e delicada é a presença do Amor em meu colo.
E eu quero amar. Amar mais que ontem. Amar mais e mais e trazer esse amor à tona para que a sua vibração abrace todos os Seres que me rodeiam.
Canto a verdade. Canto a ternura. Canto a doçura do tempo sem limite que se faz brando e quieto.
Canto a alegria do novo e do que ainda não se manifestou.
Sou feita da água fresca que revigora as intenções.
Sou feita do amor Divino que todo o tempo me abraça e embala os meus passos.
Preciso da sensação da alma viva, cheia de Deus, derramando sobre mim a seiva vital da existência.
Preciso do Seu beijo no meu coração e dos Seus dóceis sussurros no meu imo.
Acredito na renascença de novas flores que perfumam o caminho com delicadas notas.
Acredito no Amor Eterno em cada ser senciente que transforma vidas e abraça a humanidade.
 
Doçura

Inverso de mim

 
Procurei entender como funciona o inverso
O inverso do que eu sou
Naquilo que não penso sobre mim
Procurei entender o Universo
Aquilo que é tão pleno e magnânimo
Que suporta todas as contradições
E então percebi que dentro
Há um fulcro universal
Acima do bem e do mal
Muito além do que a imaginação quer ditar
É um socorro contínuo
Faça ventania ou solarengo dia
É um suporte contínuo
Que nunca te vai abandonar
Mesmo que desças ao inferno
Ele estará lá para te suportar
Procurei entender o meu desalinho
E as quedas bruscas que dou
Sou uma com o Céu
Pai que nunca me abandonou
E já não temo, apenas entrego a Deus a minha alma
O inverso do que sou
Seria tão bem aventurado
Mesmo que perdido em enfado
Seria o efeito da vida em mim
Vida que é norte e poder
Boa sorte se Deus quiser
 
Inverso de mim

Casa

 
Em tudo o que faço mantenho presente na minha mente os caminhos que Deus me apresenta.
São doces caminhos estes que sussurrados na minha alma me compõem e me constroem, suavizam minha visão sobre este chão que piso sem grande ambição.
Doces momentos eu encontro na ascensão.
Às vezes volto ao desalinho, ao desmembramento da minha aura e irritada, incomodada, descontrolada tento recuperar assento.
Saio do meu caminho inúmeras vezes e de uma energia pesada sou tomada que me quer afogar no escuro mar do sentir. Envolta em rebelião me escondo de mim e parto para o incerto.
Mas há um lugar maior onde poisar e eu me firmo nesse lar, certa que aquilo me vai sempre acompanhar.
Carícia, deleite e conexão ante o cansado breu. O retorno à casa de onde nunca saí.
 
Casa

Esconderijo

 
Sou o inverno na culpa
Suplicando pelo eterno amor
Desterro-me errante sem fôlego
Quando perco meu navegar
Na luta pelo sol me amo
Curada na partitura do anjo
Se me enterro louca por mim
Capa dura tomo querubim
Trespasso a manhã
Perseguindo o maná
Que me esconjura, deleita e ensina
Enjeita a minha sina
Fecunda o jardim de meu ventre
Cálice de alimento
Poder vibrante no corpo
Que se faz morto
Ante a atrocidade, rebeldia e tempestade
E se colhe outro
Na mansidão da eternidade
 
Esconderijo

Dor Humana

 
Nasce a suave manhã pontuada por lembranças de estórias que me levam a navegar no mais recôndito de mim. No lugar onde tudo é sagrado, puro, leve e belo, estórias de outrora me recordam a minha luz brilhante que se faz alegria até nos momentos em que a dor faz morada.
A dor, minha eterna madrugada, revitalizadora de mais profunda consciência revela-me os trilhos do coração. Dor que se acarinhada se transforma no mais puro ouro. Uma nova mente surge cheia de surpreendentes constatações e suas asas tão livres se abrem na compreensão do universo infindo , tão diverso como rico na história da humanidade.
" Nada se perde, tudo se transforma"
Tudo se transforma num produto mais rico e lapidado, por vezes, com golpes profundos que marcam a estória mas que a renovam de um modo subtil e leve ao ponto das nossas raízes se fortalecerem com o maná da vida e se tornarem unificadas à memória de toda a humanidade.
Humanidade que chora. Rega com sua dor a raíz da bondade, da fraternidade e do amor.
Irmãos que sentem as dores do mundo num corpo tão débil e cansado, marcado pelo amor profundo de viver neste mundo, seu lar, seu trilho, sua vida.
 
Dor Humana

Natureza Vibrante

 
Os aromas emergem da terra, soltam-se no ar, libertam-se das árvores e sente-se uma mescla de vibrante vida e doces prazeres na natureza. Toda ela canta, encantando os ouvidos mais distraídos. Toda ela vibra tomando para si a magia do Todo, a vida essencial que premeia toda a existência com delicados murmúrios que se vão espalhando pela envolvente.
O que seríamos nós sem esta festa de luz e sussurrantes melodias que recitam a pureza Divina? O que seríamos nós sem esta dádiva natural que tanto nos ensina e nos deleita?
Seríamos com certeza muito menos conectados com as maravilhas da existência, mais mal humorados e mais áridos. Não entenderíamos tão facilmente a riqueza que dentro de nós habita, tão ampla como magnificente, tão perfeita como imensa, tão luminosa como maravilhosa.
Se conseguirmos manter esta consciência, toda a existência será mais terna e suave. Toda a existência será menos penosa e trabalhosa.
Basta um passeio à beira mar para sentir a força das águas bem vivas dentro de nós, o seu poder incomensurável capaz de lavar as dores mais fustigantes e acalmar os anseios da alma.
Basta sentir a força das ondas a bater nos rochedos para perceber que somos bem mais fortes e corajosos do que o que estamos acostumados a acreditar, e fazer ressuscitar os nossos sonhos adormecidos por tantos anos de descrença.
O brilho das águas envoltas na luz da vida repara-nos e oferece-nos novas perspetivas, novos sonhos, novas ideias, novo ímpeto, novos horizontes.
Os respingos das águas refrescam nosso sentir promovendo uma relaxante sensação de vida dentro de nós recuperando pedaços nossos já desencontrados e contribuindo para uma melhoria do nosso sistema todo.
 
Natureza Vibrante

Encontro Possível

 
Se só por um momento tu viesses
Inspirar do meu peito
O amor que por ti plantei
E não fingisses nem dissesses
Que gostar assim é ilusão que criei
Se no fogo do meu sentir
Tu te embrenhasses sem dúvida ou temor
Irias em mim querer morar
Ser rei e senhor
E na loucura do êxtase penetrar
Para ficar a saber
Que tu e eu somos o elemento
A causa e o efeito do sentir
Somos o emaranhado perfeito
De almas a eclodir
Somos o sim à hora exata
O harmonioso encontro
A perfeita exaustão
De corpo no corpo
Chama que nutre a razão
 
Encontro Possível

Ode à Vida

 
Vida de mistérios, feita no vendaval dos dias
Feliz caminho o dos desafios encantados
Que na tempestade dos momentos
Se desenrolam livremente
Sem as correntes das crenças limitantes
Mas com a fluidez da natureza
Renhida é a existência, suada e doce
Um mar de ondas maiores, outras menores
Que nos abanam e nos levam ao despertar
À força de muitas labutas e quedas profundas
Mas vale a luta por um bem maior
Vale o tempo investido, as lágrimas derramadas
As dores sofridas
Vale a queda no vale do sentir
E tudo o que vem a seguir
A doçura, a ternura, a paz, a alegria na estrada
O orgulho dos desafios vencidos
A recordação das horas guerreiras
 
Ode à Vida

Tempestade

 
Não há lei neste coração vadio
Não há forma ou cor
Apenas uma tempestade de amor
Que se quer soltar mais feroz que a sua própria natureza
Que quer explodir qual vulcão que há muito tempo se aguenta
Evadindo-se no infinito sem norma
Tomando para si fogo e rebeldia
Entusiasmo e euforia
Cálice que enebria ante a rotina aflita do dia
Tocar no vento que uiva ao longe
Para da liberdade beber seu doce mel
E no seu uivo tomar norte, esperança e fôlego
Para que da vida nasça a obra do eterno
Tão próximo como fugidio
Como este pobre coração vadio
 
Tempestade

Fingimento

 
Irei fingir que de apenas alegria eu vivo
Nas horas sombrias irei inspirar o infinito
E esboçar um sorriso, mesmo que doido
Irei aprender que a dor é apenas visitante
E gravarei nas minhas entranhas o brilho dos olhares repletos de esperanças
Irei fingir que não há mais magoa no meu ventre
E até acreditar não parei de representar
Que tudo é doce e tem brilho de amor
Só o que é superficial se esquece dos frutos da alma
Mas num mergulho real ao profundo do sentir
Resgatei mil sorrisos e um colorido que já não pode ser fingido
É a verdade de um Ser que voou para lá da incompreensão
E resgatou milhares de memórias de carícias, de delícias, de gestos doces
E soprarei na tempestade tanta luz
Que se espalharam por mil mundos e se multiplicará
Serei feliz
Albergaria em mim o Universo inteiro
Num banho de amor e fraternidade
Serei feliz
Não mais fingindo mas sendo a eterna verdade
 
Fingimento

Sentir o que ainda não conheci

 
Sentir o que ainda não conheci
O que é estranho às minhas entranhas
O que é intruso mas apetecível
Ter um vislumbre de mim flutuando
Muito acima deste planeta
Sentir o que ainda não conheci
Sorrir no meu coração pela tua existência
Mesmo distante, saber-te muito perto de mim
Sentir-te na pele, no ser, no colo
Sentir esta vida que me clama veementemente
Que nada tem de vil ou desregrada
É somente sopro que me agrada
Estas emoções mil que me enchem
Ditam tudo o que sou e o que vim cá fazer
Enchem-me de luz e tranquilidade
De força e certezas
São a minha fonte de renascimento
O meu pilar, o meu prazer
E sentir o que ainda não conheci
Torna-se cada vez mais real
 
Sentir o que ainda não conheci

Fonte

 
Seguindo a fonte
O maravilhoso universo interior
Mil fogos se ateiam
Sucumbindo à sua beleza
Palavras ficam por proferir
E exaltado é o silêncio
Na universalidade do tempo
Raros momentos assim tão próximo
Da pérola neste mar profundo
Lindas promessas são sussurradas
No espaço amplo do nada
Onde tudo é uma possibilidade
Nascimento, morte, renascimento, renovação
O afago secreto da estrada
O deleite concreto da alma libertada
Uma ode à emoção
O sonho revigorado dentro do coração
 
Fonte

Dourado do Existir

 
Aqui, no silêncio do meu corpo, dormem os sonhos que antes davam fôlego à minha existência.
O silêncio escuro do dia abafa discretamente o dourado que a minha alma, um dia, exalava. A névoa da solidão assusta e o meu corpo, inerte, clama por mais chama.
Não tenho noção do quão longínquo paira esse dourado essencial que outrora foi companhia inquestionável e firme. Não tenho nem memória de como eram esses tempos pontilhados pela alegre sensação de viver. Não me recordo do que vi, do que aprendi, do que experienciei. Apenas sei que se fazia sentir o dourado do existir.
Hoje, rodeada da sombra do que fui, deixo cair a história na gaveta na expectativa que de novo, de mansinho, eu venha a reabri-la e do tesouro da ressurreição eu possa saborear delicada e suavemente como quem descortina a revelação da Vida.
 
Dourado do Existir

Acreditar

 
Se o que está vida nos traz é um amanhecer puro e límpido nos pedindo redenção à existência
Se o que vires puderes transformar em ouro dentro do teu coração
Se puderes contemplar o infinito numa singela flor
Se te enamoras da tempestade porque sabes que é essencial para te ergueres mais fortalecido
Se vês para além do aparente e só bebes do que é real
Sente-te filho das profundezas de Deus
Capaz de acender a chama no coração de breu
E habitar no incognoscível, solto e ilimitado como um cavalo selvagem, virgem na sua senda
Coberto da fortuna dos dias
Repleto da luz das estrelas
E vê para além de ti, o sumo que te fascina
Vê a alegria de existir bem acima do bom e do mau
Apenas na eternidade surgir com a dança de um outro vendaval
Que te lava as cruzes e te ensina a voar dentro da luz, nos braços do acreditar
 
Acreditar

Graça

 
Se o tempo propõe calmia tomarei para mim a graça do vento
Acalmarei a estrada profunda do viver
Ressurgirei limpa no fogo da Verdade
Onde habito escondida da penumbra
Onde arde a memória que quer levitar
No corpo de luz da estrela
Onde a graça caminha no meu rio infinito
E a vida surgirá resplandecente no apogeu do eterno
 
Graça