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Canção da noite escura

 
" ... tinha as faces tão brancas, ...trazia os olhos cerrados e já sem luz,
mantinha as... pálpebras fechadas,...as pálpebras mortas mantinha..."





Era noite, noite escura já era,
era noite, noite escura lá fora.
Não podia dormir, não conseguia,
fechar os olhos e descansar,
e já era noite, escura e fria,
era a noite que lá fora existia.

Tinha as mãos cruzadas, entrelaçadas
as mãos cruzadas ele as tinha,
as mãos entrelaçadas ela as trazia,
e jaziam elas sobre o peito cruzadas.

As faces eram brancas, o olhar sem luz,
tinha as faces tão brancas, ele as tinha,
trazia os olhos cerrados e já sem luz,
mantinha as vítreas pálpebras fechadas,
assim ele as pálpebras mortas mantinha.

Era noite, noite escura já era,
era noite, noite escura lá fora.
Não podia dormir, não conseguia,
fechar os olhos e descansar,
e já era noite, escura e fria,
era a noite que lá fora existia.

O corpo estava sobre crepe e seda,
tinha o corpo no crepe, sim ele o tinha,
sobre aquela seda roxa, quase rosinha,
estendido no crepe morto o corpo detinha.

Era noite, noite escura já era,
era noite, noite escura lá fora.
Não podia dormir, não conseguia,
fechar os olhos e descansar,
e já era noite, escura e fria,
era a noite que lá fora existia.

E era noite no peito porém,
era noite no peito também,
era noite, era grande a escuridão,
dentro do peito vazio de alguém,
imperava para sempre a solidão,
lá já não mais batia um coração.





" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."




 
Autor
LuizMorais
 
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