Era uma vez um lindo jacaré
Que chamava a si mesmo de Zezinho .
Crescido, se tornou um crocodilo,
Passando a se chamar só de Zezé.
Passava os dias sozinho
Sem um amigo sequer
Dormindo no fundo de um rio
Sonhando um sonho qualquer.
Não era difícil o destino
Não era fácil ser Zé
O cérebro menor que o intestino
O estômago pedindo filé.
Um dia passou por uma en/cruz/ilhada
Entre prédios em construção
Percebeu o amor o seu coração
Em dias de esperas tardias
De Manhãs de promessas tantas
De expetativas vividas
Em vívidas esperanças
Certo dia houve mudança de plano
Saiu do fundo rio
E se tornou vegano.
E deu um suspiro profundo
Feliz pela terra a caminhar
Desbravando segredos do mundo
Com um brilho bonito no olhar.
Seu coração resolveu se apaixonar.
Quando resolveu desbravar uma lagoa
Encontrou-se com dona jacaroa
Num dia de intenso brilho solar.
Mas o seu instinto primitivo e animal
Semelhante ao da nossa pessoa
Despertou dentro de si o primitivo mal
E ele devorou a dona Jacaroa.
Assim são os homens e os crocodilos.
Um misto de Deus e de demônio
Poucos sustentam os seus planos
Poucos sustentam os seus objetivos.
Com o peito em frangalhos
Desistiu daqueles desafios.
O réptil, agora um espantalho,
Regressou para o fundo do seu rio
Então voltou a ser sozinho
Deixou de chamar -se Zezé,
Deixou de ser crocodilo.
Voltou a ser jacaré.
Gyl Ferrys