Na tua despedida o adeus foi breve,
Suspensa a coragem, o medo imenso,
O rosto inerte e pálido de neve,
Desfez-se a tua luz no ar tétrico e denso.
Vem a morte, entra e por aqui se serve,
Sobrevivo ao instante em que me venço,
Não há honra no espectro que se atreve,
Não sou do mundo e nem a mim pertenço.
Todo o momento é para sempre ou não
Fosse o tempo cobarde e vil ladrão,
Dando em minutos e roubando em horas…
E assim se define a desilusão,
Bem têm os ponteiros um par de esporas,
E os espinhos adoçando as amoras.
02 de Junho de 2010