Vejo no teu rosto o luar dos dias,
Nos teus olhos os olhos das estrelas,
Das tuas mãos quentes e sempre frias,
Fica o desgosto de não merecê-las.
Ousei adivinhar o que querias,
E tentei dar-te tantas coisas belas,
Tantas… Que jamais acreditarias,
Nestas palavras e no valor delas.
Sabes que a vida encerra em si a morte,
E que tudo o que sinto é limitado,
Entre o nascer-se assim fraco ou tão forte…
Estou tanto de desprezo cansado,
Que se azar me coubesse nesta sorte,
Infeliz partiria, libertado.
06 de Março de 2001