Desafia o tempo de peito aberto,
Quanto mais tempo tem, mais tempo quer,
Sem o tempo não existe, é tão certo,
Toda a força é a que o tempo lhe der.
Aparece vindo dum tempo incerto,
Muitas vezes em formas de mulher,
Miragem dum gentílico deserto,
Esfumaçada num nada que fere.
A saudade, palavra indefinida,
Infinitamente dita e benzida,
Suspirada, ansiada, amargurada…
Uma sombra de luz nunca esquecida,
De bem-querer única perfilhada,
Da falta sentida da coisa amada.
10 de Julho de 2014
Viriato Samora