Poemas, frases e mensagens sobre ausência

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares sobre ausência

Fotografia

 
A escrita é a minha última fuga de silêncio
Já não tenho as horas a roer-me a solidão
Nem o tempo a velar por mim

A mesa está posta e tu não vieste
Ninguém apareceu nem os pássaros mortos
Que habitam dentro de mim
As flores continuam alegres, algumas rasgaram-se,
Permanecem quietas junto dos remendos
Onde colo a minha sombra

Abandono-me nas palavras
E cravo nas veias a juventude dos livros
A passearem-se diante da cegueira
Diurna dos meus olhos

Carlos Val
25-03-2014
 
Fotografia

"Amor de folhetim" - Soneto

 
"Amor de folhetim" - Soneto
 
"Amor de folhetim" - Soneto

Chegou de mansinho como uma brisa.
Olhar doce que me esquadrinhou.
No silencio que se fez, ouvi tua fala.
E nos versos do meu poema caminhou.

No contorno da tua boca me perdi.
No sorriso que me farta e enlouquece.
Abandonei-me nesse abraço sem lembrar.
Que sempre se vai, parece que me esquece.

Escorrega, feito papel em ventania.
Então, sobram entrecortadas falas.
Num silêncio abissal, que se instala.

Espera massacrante, são meus dias.
Tua ausência desfia laços em mim.
Porem quero esse amor de folhetim.

Glória Salles
 
"Amor de folhetim" - Soneto

Mulher espectro

 
Mulher espectro
 
O que antes era matéria
Surge, agora, amorfo espectro
O espelho já não o projecta
É o fantasma da saudade
Que vive no meu intelecto

Vagueia no lusco-fusco
No preâmbulo da eternidade
É no limbo do crepúsculo
Que passeia a insanidade

Todo o fantasma que se preza
Estremece só de ver a própria imagem





Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
 
Mulher espectro

Ausência

 
Recebi a tua ausência
nos braços,
abismos de desconhecida
saudade
Tu, que me amparaste
a infância,
a adolescência dos dias
e o crescimento do meu feto
Tu, que me amparaste
o desamparo do trabalho
e viraste folhas do meu diário
com a tua amiga sapiência…
Tu, que ensinaste
o amor tão próximo
quanto vivas pétalas
das rosas caindo
no coração do nosso quintal
Caíste no precipício da morte
infinita e
deixaste-me um buquê
de sentimentos bons
para perfumarem o meu lar…

Felisbela Baião
 
Ausência

Um sol de meias-luas

 
Um sol de meias-luas
 
Na selva densa da minha solidão
Vejo-me nua, sem eira nem beira
Sou ilha deserta, mas mulher inteira
Submersa nas águas da desilusão

Soletro nomes que me vêm à mente
Na busca constante da identidade
Contra a amnésia procuro a verdade
Esqueci o passado vivo no presente

Vagueio sem memórias até me encontrar
Que espécie serei, mulher sem idade?
Ou poeta que vive sempre a sonhar?

Visto de alvoradas e versos de amor
Em mim um sol de meias-luas
Quem sabe o meu nome não é Leonor?

Maria Fernanda Reis Esteves
49 anos
natural: Setúbal
 
Um sol de meias-luas

...insípidas horas

 
Insípidas horas que se perdem
nos confins do nada deste vazio...
Consome-me esta ansiedade
num suspiro impaciente...

(rasgam-se as entranhas no pulsar que habita o peito)

Almejo o brilho cristalino
na profundidade do teu olhar...
Anseio pelo respirar pleno
do nosso incondicional amor...

(abarco-te na fortaleza da imensidão do meu abraço)
 
...insípidas horas

Filósofa não sou!

 
O nada é o vazio
em que me embrenho
é o destino, o limbo
desta alma condenada

Tão pouco sei se existo
Já não choro à gargalhada
Se já fui triste...
O meu consolo é rir de cor

Nesta prólixa ausência
do meu delírio interior
De mãos dadas com o cansaço
Já me entreguei ao seu feitiço

Se eu questionasse
o que existe além do mar
talvez o sono me embalasse
e o navio onde naufrago
em terra firme ancorasse

Filósofa, não sou!
mas tenho fé
que um dia...
ainda lá hei-de chegar!

Maria Fernanda Reis Esteves
49 anos
Natural: Setúbal
 
Filósofa não sou!

A tua ausência

 
A tua ausência dói
No coração
Na alma
Na carne.

Já me habituei
A essa dor
Quase sem a sentir
Tão constante ela é
Sempre tão presente
Que não sei se poderei
Viver sem ela.

Se voltares um dia
Verás como é diferente,
O espaço não é só teu
Vais ter de o partilhar
E de te habituar
À presença desta dor
A ti indiferente
Mas para mim
Sempre tão constante
E presente
Que já não sei
Viver sem ela.

Tirado do velho baú
 
A tua ausência

Ausente

 
Sei que estive ausente,
mas estou de volta,
quero recomeçar
tudo que vivi da outra vez,
peço que perdoe-me
e nao olhes para mim
com esses seus olhos
misteriosos,
Eu fui inconsequente
quando te deixei aqui,
quase te perdi
na ausencia dos meus dias!
Peço que perdoe-me,
estou de volta,
para olhar nos teus olhos
e recomeçar tudo
outra vez,
presente nos seus dias!
 
Ausente

FARDOS

 
FARDOS
 
Carrego de manso um fardo
Peso da vida
Peso das ausências
Peso de mim
A cada sol que nasce
O fardo trás com os anos
Mais peso
Mais ausência
Menos vida.
 
FARDOS

Sorriso nu

 
Na tua ausência subalimentam-se
as letras e os poemas emigram
para paragens mais amenas,
já o suspiro,
é dor em papel nu

Ficam as vogais desidratadas
e no fio balançam em desequilíbrio
batem asas indomadas
e não encontram
o livre-arbítrio

Tentam pousar na tentação
ou no delírio ensimesmado de sol
mas a canícula sulca a pele
e do papel fazem lençol

O delito esboroa-se no branco
enquanto o negro toma conta do borrão
castrado, insone e franco
da tristeza no coração

Porém, existe um nome
embutido a letras douradas
nas minhas mãos e essa fome
faz bombear sílabas aladas
ao pensamento…e sorrio!
 
Sorriso nu

Depois

 
Depois

Ainda a ausência da primavera
chora o sal dos beijos despojados
das folhas dos eucaliptos, já as margens
desabrocham à areia na fantasia
de um novo verão

Apenas as sombras sobram da alegria
vivida e vívida desses abraços
em ramos enlaçados nos dedos de água
e encobrem a pele dos troncos cobertos
de tanto amor

E depois, nascem alegorias brancas
bramindo destinos ao cheiro a rosmaninho
enquanto a sede sucumbe ao ruído
que fazem as cegonhas no ninho
e esfuma-se a saudade no ar
 
Depois

Viajando, no tempo ausente!

 
Dias e dias andando ausente de mim!
Preces, pra que a vida faça sentido...
Largada á deriva, como um barco em alto mar, perdida, sem me encontrar...
No tempo não há meserícordia!
Nesta solidão, angustiada, não sei porque vivo...
Sómente aqui...
Viajando, no tempo ausente!

Luísa Zacarias
 
Viajando, no tempo ausente!

o relevo branco de teus traços

 
o relevo branco de teus traços
 
partiste sem um adeus
de despedida

não é o amor que dói
é a tua ausência

separa-nos um oceano
um outro lugar distante
[a impedir
o toque de nossos corpos]

que paisagem te envolve
que silêncios escutas
que olhares contemplas
que amores procuras?...

...que e mais que seria...

não são as palavras
que descrevem a falta
da tua presença em mim
és tu
e tu não és definição

como não posso exprimir
este tão profundo sentir
imprimo nesta folha preta
o relevo branco de teus traços
 
o relevo branco de teus traços

o monstro sou eu e eu nunca notei

 
o monstro sou eu e eu nunca notei
 
a noite esta sem lua
não vejo as sombras da vida,
a tua ausência torna as horas
uma a uma cada vez mais frias

no campo
o branco das flores
das amendoeiras
impedem a tua presença
são tão breves os seus dias
para poderem mostrar sua beleza
que eu não posso negar
a luz fusco da escuridão
para em seus últimos momentos
ficar por lá as contemplar

a noite avança o frio queima
a aragem vem na escuridão
para esconder as silhuetas
tatuadas de desilusão

pétalas caem pelo chão
deixando um tapete branco
que o vento vai desenrolando
à medida dos meus passos
perfumando de branco
a paisagem do intenso preto
vida e morte
sonho e hediondeza
a satisfazer o prazer da noite
e a elogiar a tua ausência

só ouço vozes e murmúrios
dos fantasmas do dia
que ainda insistem no teu rosto
e diante uma janela embaciada
tentam criar a tua presença

a noite sabe mais do que devia
sabe bem que é escura
por mais que tente tatear
ouvir e cheirar na sua negrura
não deixa ver o lugar
onde habitas e me podes amar

eu não te vou poder achar
lembro-me que em menino
eu não tinha medo do escuro
apenas receava não encontrar
a bela e monstro a namorar

agora entendo
esta minha decepção
afinal a bela é ela

o monstro eu não o encontrei
foi então que percebi
que o monstro sou eu
e eu nunca notei
 
o monstro sou eu e eu nunca notei

Como nunca

 
O mais difícil
são as distâncias
de impossíveis palavras
no lugar do que é dito
escutar fonemas
como outras águas
brotando
de um invólucro fissurado
ver que há o fora das coisas
e que não é possível
falar das coisas por dentro
por não terem lá nada
ou nada mais
que o nosso pensamento
de ausências
difíceis.
 
Como nunca

NO MUNDO DO SILÊNCIO

 
Já posso morrer descansado
Pois que comprei um pavilhão
No Boulevard do Repouso.
Passarei o tempo deitado
Sem sofrer do coração
E sem obrigações de esposo.

Está na Quinta dos Deitados
Não tem vista para o mar
Mas tem vista para Lua.
Não direi asneiras, fico calado
Não me importa o verbo amar
E sem saudades da minha rua.

Nesta Cidade dos Adormecidos
Passarei todo o meu tempo
Sem pensar sequer à vida.
Os desgostos serão esquecidos
Serão levados pelo vento
Que varrerá esta Avenida.

Não ouvirei mais promessas
Feitas pelos mentirosos
De Paz e de harmonia.
Nunca mais terei pressa
Para ir ouvir o Rui Veloso
Nem sentirei a nostalgia.

Na Avenida dos Alinhados
A paz estará sempre em mim
O silêncio será o meu mundo.
Para sempre, ficarei calado
E continuarei sempre assim
Não longe, mas lá no fundo.

A. da fonseca
 
NO MUNDO DO SILÊNCIO

Ruínas

 
Recorto esta longitude
E deito-me nos alicerces
Calcificados pela espera
Que o tempo crucifica
(e mortifica-me)
Pela dor da tua ausência
E desdém do teu olhar.

Escondo-me do mundo
E respiro no sonho
Onde me abarcas
E monopolizas os gestos
Que imagino teus.

Sobrevivo arruinada
Num mundo paralelo,
E quem me vê
Não me conhece.

(Não passo de uma mentira
Que inventei
Apenas para estar viva)

E a verdade reconcilia-me
Com a ruína…
 
Ruínas

“Quando você vem...”

 
“Quando você vem...”
 
Destilo poesia, versos estanques, no cio
A quem fez meu coração cativo, me amarrou
Nesta prisão onde até teus álibis silencio
Já que sei de cor, onde teu caminhar te levou

Se chegas, produzes um arco Iris em mim
Tua ausência rascante é depressa suprida
O nevoeiro se esvai, viçando nosso jardim
Brilham olhos tristes, esquecem a dor sentida

Sai recolhendo os pedaços, na casa abandonada
Exorciza os fantasmas que arrastam correntes
Na solidão das noites, pensamentos dolentes

Viajam ate você, olhos perdidos no nada
Veias cantam poemas, falam desta saudade
Ao entrar pela porta, os versos viram verdade

Glória Salles


No meu cantinho...
 
“Quando você vem...”

Manda-me recado

 
Manda-me recado
 
MANDA-ME RECADO

Manda-me do teu coração um recado
Sinto hoje em mim esta dor danada!?
Diz-me que por ti já terias voltado
Mata a saudade em que vivo sepultada.

Basta de ausência que parece castigo
Manda recado, meu coração desespera
Um sorriso, um abraço, conto contigo.
Tarde a tarde, me afundo nesta espera.

Sinto-te nos meados das manhãs de Maio
Sinto-te nas flores, no Sol que fulgura
Sinto-te no coração, e do teu não saio!

Envia ramos de flores quebra a solidão
Eu, esquecerei a dor, que em mim dura!
E assim soltarei meu grito de libertação.

rosafogo
 
Manda-me recado