Poemas, frases e mensagens de Esqueci

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Esqueci

Apetece-me

 
Apetece-me falar de amor
Daquele que não se diz,
Só se sente pelos recantos da boca
Num dia de sol feliz.
Apetece-me falar dos teus olhos,
Da tua boca, do teu nariz,
Apetece-me falar das tuas mãos
Daquelas que tanto lhe quis.
Apetece-me esquecer o mundo
E navegar pelo teu corpo,
Num poema a chegar ao porto
Num cais de aurora e raiz.

Que nunca se sinta infeliz.
 
Apetece-me

Não foi por falta de avisos

 
Não foi por falta de avisos
Que não vi,
Que Acreditei no que estava errado.
Não foi e não é,
Por falta de avisos
Que não te vi.
Que te desculpo e desculpei
Por pura ingenuidade.
Acreditar que os outros sempre mudam
É uma utopia,
Que aos cegos de amor
Não deixa ver qualquer realidade.

Hoje,
Já nada espero
Tudo o que tenho
Foi-me dado por honestidade.

Só batemos na parede porque cremos
Em mudar
Ou, porque não enxergamos
Quem nunca
Nos amou de verdade.

Hoje,
Amo-me a mim,
Tenho saudades de mim.
Não correspondo a qualquer falsidade,
Nem me importuno
Com qualquer inverdade.
 
Não foi por falta de avisos

Narciso

 
O narcisismo
é um poema por resolver
quando os espelhos se partem
E nunca se voltam a unir por falta
de tato, tino e cola.
 
Narciso

Coisas minhas

 
Esqueço-me tanta vez de mim
Talvez já nem me queira recordar,
Do sangue que tinha nas mãos
Dos lábios que deixei
Das noites que não passei,
Talvez, nunca me vá perdoar.

Venho aqui dar-te razão,
Sempre a quiseste tomar.

Apenas há um senão
Nesta noite onde ainda mora a recordação
Que me embalou ao luar.
Quem eras tu,...
Que perguntavas por mim,
O que aconteceu ao olhar...
Que não quis o arraial
Nem os pratos para lavar?

Quem eras tu,...
Naquela altura
Que de ti pouco me quiseste contar.

Quem éramos nós sem falar!

Como vais?
 
Coisas minhas

Pedido de desculpas

 
Que nome é este tão estranho em mim
Se ainda me recordo,...
Do bom,…
e do mau,…

Quando me esqueço,
Ainda me atemorizo
E volto a recordar,...

Mas, a essa fragilidade
Não me quero agarrar,
Porque se bem me recordo
Há coisas que não entendo

Embora não vá nelas repisar

Por isso;
Deixo aqui um pedido de desculpas
Autografado pelas insónias
Que me fizeram passar

Selado com um beijo
Num envelope de desejo
Carimbado de perdão
Por neste sobrado andar,

Se um pombo o quiser levar
Pelo céu a voar.

Esqueci
 
Pedido de desculpas

Necessidades

 
Os caracóis surpresos saem à rua
Libertando a essência
Laganhosa
Das cores que o moldam,
Chuvosamente sorrindo
Libertam os excrementos
No cimento
Que em tempos deixaram nas flores
Por onde sempre se escondiam.
 
Necessidades

Diz-me

 
Diz-me…
O que é que eu faço?

Acordei igual ao tempo
Com a chuva no telhado
Pelas janelas a escorrer.

A idade não perdoa
a dor aperta
magoa...

A rima branda
Corta os pulsos
e tem cheiro de café.

Molho os lábios um no outro
O café sabe-me a pouco,
A rima está a ferver.

Rasgo a alma a ir embora,
Silencio o meu padecer
Esta aqui não é a mesma,
é outro farrapo qualquer.
 
Diz-me

Pedra de luz

 
O que é uma pedra
Com uma mão
E uma fisgada?
O que é uma pedra
Ali ao fundo
Parada?

Uma pedra, pode ser uma palavra,
Ora escrita, ora falada.

Uma pedra lapidada,
Diamante,
Ou pedra de água.

Com o toque torneada
Coberta de terra disfarçada…

Pedra de luz
E Fogo
Se friccionada.
 
Pedra de luz

Big-bang

 
De todos os disfarces
Que ousei
Roubar ao encantamento,
Vi no espelho o quanto errei
Nas luzes do firmamento.
Por pura fusão
Minha alma
Já ninguém toma.

Não toca nela quem vem
De treva,
De sapo,
De aranha,
Panela de chá
Aroma de urzes
Furto de pestanas.

Pau de canela,
Salsa,
Olho de cobra.

Não toca nela quem quer,
Nunca há plágio
Do que não sobra.
 
Big-bang

Concordo em absoluto

 
Concordo em absoluto,
Existiu uma criança completamente iludida
Com tanta imbecilidade humana.
Felizmente essa criança ainda existe,
Só que melhor entende
Só que melhor se explica
Existe porque ainda sorri
Existe porque ainda ama
Existe porque não se prende
Existe preservando o bom que lhe deram.
Existe preservando o que de melhor guardou de si.
Só que já não vive iludida
.
Porque cresci.

Esqueci
 
Concordo em absoluto

Enquanto os patos seguem pelo rio

 
Não me apoquentam
As essências livres e sujas que fazem plágio,
Nem as serpentes vivas
Sem garrote.
Apoquenta-me,
Isso sim!
Neste fim do mundo
Para onde partirá
Tanta gente assim,
Enfim.
 
Enquanto os patos seguem pelo rio

Pássaro do azul

 
Leve sonho de praia
Para lugar certo,
Aquele sopro interno sentido na pele.
Nunca me aplanei
Sem por ti voar,

Pássaro do azul
Sargaços e sal.

Pousado na areia
Em leve vendaval
De Norte
Para Sul.

Meu ponto de luz
Vestido a lume,
Daquele mar que venta
Hidratando a derme
Combalida e seca

Desnudas-me a alma
Como um vaga-lume,

Traz-me o rio (e o mar) que acalma

Levando o queixume.
 
Pássaro do azul

Hieróglifos

 
Aquele meu medo de gatos enrolados ao pescoço, enquanto tu ias atrás de gatas.
Pobres animais,
A água sempre foi a sua sentença,
Todos os gatos são pardos.
Predadores
Hórus do horizonte em nossos olhos
Egípcios.
Como as cobras que se enrolavam
Pela cama. .
Nos hieróglifos que nos ficaram tatuados,

Hoje já escritos em livros de luz

Esqueci
 
Hieróglifos

Hermesetas

 
Das conversas prolongadas
Chegam as conclusões,
De nada vivo ilusões.

O relógio na parede
Reflete o tempo lá fora,

Quando passa não diz nada
Rasgo da alma
Que chora.

Uma velhinha sentada
Ali contando as suas histórias
Fala muito mais das dos outros
Que das suas perdeu as memórias.

Uma caneta apontada
Para a caixa de medicamento,
Hermesetas e tantas tretas.

Hermenêutica

Para o ceguinho que se perdeu
Num concurso de performance
De ciúmes, de queixumes, de juízos
e de vergonhas.

Padres nossos
Dos enterros

Dos pecados e das glórias.
 
Hermesetas

Já te sabia as lágrimas

 
Naquela passagem
Em que me deitei sobre o teu corpo
No calor dos signos que se trocaram
Onde em meiguices
Temperámos o sangue que nos fluía
Nos descobríamos
Sem os olhos dos enganos
Pelo meu largo vestido azul que nos cobria.

Voaste para mim em passos largos
Daquela escada, onde de outrora análogo amor
De outros júbilos, também sorria.
Sorrateiramente já te sabia as lágrimas dos enganos,
Mas, jamais as imaginava a fluir de tão tristes
Por negros dias.

Esqueci
 
Já te sabia as lágrimas

Poema antigo

 
Faz de mim os farrapos da tua história
Os quiosques, as verrugas,
Inventa-me como quiseres
Impele-me para fora da tua boca
em desejo,...
Escreve-me como delito
Afoga-te de mim num grito.
Despede-te
e volta,...
Com a revolta.
Manda-me embora
de raiva
Não me respondas,
Fala sozinho
e grava
Depois, empurra-me a ir para não ir,...
Afoga o teu choro senil
Entre o ficar e o partir
O amar e o ferir
E paga a tua conta.

Farta

Esqueci
 
Poema antigo

Arrumo a casa como gostas

 
Enquanto tu maquilhas o poema
Eu arrumo a casa como gostas,
Fujo às obrigações mais chatas.
Já ninguém reclama!

Aqui instalou-se a monotonia há muito
E nada é como se possa imaginar .
Embora a perseguição em algumas coisas seja obsessiva…
O inconformismo obedece em cada canto a outras dores…

Respondo à tua ironia
Abstraída de tudo
E vou ficando…

Na utopia da escrita
Que não lês
E onde ainda te encontro.
 
Arrumo a casa como gostas

Voltarei sempre

 
Gelei
E não vou conseguir mencionar
Nem mais uma palavra,
É duro o gelo que me envolve
Por mais que o coração aqueça
E sonhe …
O gelo que me cerca
Guardou o irremissível
Por isso,
Não acredites em mim,
Voltarei sempre aquele último olhar
Que não esqueço.

Sólido e pérfido sem lacrimejar.
 
Voltarei sempre

Nos meus cadernos

 
Nos meus cadernos
O meu maior poema era o teu nome,
Grafitei-o como as luas em tamanhos,
Com a bic fiz castelos e dragões, estrelas e flores
e tantas coisas,...
Nos intervalos, por entre o giz e o apagador
e as gargalhadas,
de uma laracha que alguém me dava com humor,
Cresciam as paredes
Lá me sentia um gnomo cheio de calor.
Desenhei o teu rosto e fui gozada,
Escrevi nele as minhas frases meio maradas
Colei-o ao lado da minha cama sem corretor,...
Sonhei-te meio doida e meio calada
Assustava quem me queria com desamor.
Quando te via lá ficava atrapalhada
Fugia, e até escondia os meus calores
Do resto tu já sabes, falam as escadas,
Os brincos que perdi
Os medos ofegantes e os glamoures
As músicas
As danças
As pastilhas e os cigarros
Os ciúmes, os beijos dados,

Nas ruas estreitas, nos cantos mais apertados dos amores.
 
Nos meus cadernos

Numa terra em ebulição

 
Encontro-me nos escombros das palavras, aqui o silêncio é de horrores,
este mundo cheira a mortes e a dores.
A loucura é o meu porto favorito, o meu barco uma caixa sem ter remos, levando uma mulher que não
chega ao cais,
sufocando hipocondríaca por entre as fissuras das dores carnais, também estas sem
guerras...que supostamente são por
causas naturais.
 
Numa terra em ebulição