Poemas : 

,as garrafas de gin vazias

 
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seja-me procura a ida, a vinda,

quando olho pela janela gradeada, medrosa,
como se tudo fosse perigo,

assalta-me a nostalgia da liberdade,
tudo novidade lá fora, ou aqui,

, e as mãos tateiam horizontes,
ocasos, hecatombes que se perfilam,
porque não?,

repete-se beirute, gaza, dar es salaam,

repete-se o outro que se liberta deixando o
cordão umbilical estático, constante,
repetindo-me, distorcendo-me,

“- ei, tu aí, dança!”


(I)

os lírios voam sem destino,
nunca serão aves migrantes,

,resistem ainda ecos, destroços,

enquanto os corpos se reconstroem,
e habita-me o cansaço,
o som do piano num bar de terceira, algures ,
as garrafas de gin vazias,
[sempre vazias...]

fitam-me olhares vazios,
e palavras,

e mais palavras que não entendo.

(II)

,sejam procuras,

,sejam só idas,
sem porras de regressos, fragmentos.
[vazias...]


"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)




apenas mais um dia na vida....distorcido



Textos de Francisco Duarte
 
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F.Duarte
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