Poemas : 

Chove Chuva

 
Tanto tempo que não chove
Vejo a relva seca sem florir
Nem um vento a folha move
O perene rio a se ressequir.

Defronte minha casa a lagoa
Agora é um lamaçal barrento
O dono é um velho avarento
Atolada na barreira a canoa.

E o ar seco incomoda a narina
Na rua de terra batida e areia
Quando passa a velha Belina
Levanta uma nuvem de poeira.

E as roupas penduradas no varal
Sendo sujas pela nuvem danada
Deixa minha senhora com cara de metal
Mãos na cintura, com cara emburrada.

Até mesmo a garça sofre neste instante
Desesperada por um abrigo ela procura
Nada alivia. Nem um vento refrigerante.
Para este mal somente existe uma cura:

A chuva.

Mas as nuvens vadias são pirracentas
Vagueiam pelo céu sem lar nem raiz
Enquanto aqui só as lagoas lamacentas
Que não deixam nem um ser ser feliz.

E já não há mais índios para uma dança
Para invocar os deuses das boas águas
Lá fora morrem lentamente as plantas
Ao lavrador triste resta somente mágoas.

Espero do Olimpo, do Céu, De Odin
Que algum milagre por aqui se faça
Pois a vegetação anda a morrer de graça
E é tão triste ver a natureza daqui assim!



Gyl Ferrys

 
Autor
Gyl
Autor
 
Texto
Data
Leituras
821
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.