Poemas : 

O sangue jorra do corpo

 

O sangue jorra do corpo
amarrado ao sacrifício.

Como o coração do pássaro
a palpitar na mão.

O sangue do fundo jorra
em soluço, de estação em estação.

Poderia ser morango talhado.
Ou figo escurecido.

Sem estar a cometer suicídio,
jorra no silêncio do presidio.

Rompe a cada mês. Sangrenta,
flor da menstruação.

Jorra o sangue frio,
em palpitante imperfeição.

Carne viva, em rebentão.




Zita Viegas















 
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atizviegas68
 
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