Sonetos : 

Se tudo em mim não fosse pranto em cachos

 
Se tudo em mim não fosse pranto em cachos,
Eu mesmo um cadáver encomendado,
Atrelado à força de um par de machos,
Poeta não seria, mas estimado.

Com a dor desse amor, apavorado,
À débil luz de recriados fachos,
O fado na mão lendo, soletrado,
Fui condenado por meros despachos.

Ostracizado conheci Gomorra,
Nada guardei do que vi em Sodoma,
Fui mais que Aníbal às portas de Roma…

Sinto da eternidade um doce aroma,
Mesmo que o sangue do peito me escorra,
Seja a chave dos portões da masmorra.

19 de Julho de 2010

 
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ViriatoSamora
 
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