A roseira
em frente ao muro
fazia uma sombra ligeira
leve, tão leve
como o perfume
a lume
e a futuro.
Os seus espinhos, agudos,
paramentavam coroas,
anzolavam o cardume,
em contas de multiplicar
feitas num rosário
dum terço
e meio…
O milagre da palavra nasceu.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.