Seios púberes desaparecem acima das costelas delicadas
E um sorriso frígido compartilha sonhos de morte,
Ana é a garota que vomita sozinha a noite,
Entrecruzadas pernas partindo-se no trajeto para a fama.

Detendo a inocência de uma escolha forçada,
Fado trajado elegantemente para a véspera de um funeral,
Isolando-se em fria morada dos deuses invejados,
Um palácio de ossos que desmonta-se em lágrimas.

Milagre violento que estupra a sanidade juvenil de imaturidade comprada,
Mentiras em reflexos pálidos e disformes,
Ofendendo o anelo alcançado nos minutos finais,
De mais lábios ressecados pela tristeza e feridas
Extensos pêlos nos braços delicados.

Anemia triunfante para impedir mais movimentos,
A vagina sangra com o esforço de uma vida,
Curvas mostram se orgulhosas na dismorfia tátil,
Beijando-me com os dentes que caem.

Ana é a princesa de idiílio luso,um esqueleto invejado ,
Seus longos cachos negros,olhos castanhos vazios Movendo-se entre sombras do passado,
Sofro por contemplar sua beleza fatal...

 
Autor
RaimundoSturaro
 
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Enviado por Tópico
Gothicum
Publicado: 12/11/2008 10:49  Atualizado: 12/11/2008 10:49
Da casa!
Usuário desde: 21/09/2008
Localidade: Galáxia de Andrômeda
Mensagens: 427
 Re: Ana
Excelente poema. Obrigado por escrever e partilhar.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/11/2008 11:45  Atualizado: 12/11/2008 11:45
 Re: Ana
Olá estimado amigo, venho aqui hoje para dizer que, como sempre vc escrevendo poemas góticos com perfeição, palavras e sentimentos. bjs de paz e luz!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/11/2008 14:51  Atualizado: 12/11/2008 14:51
 Re: Ana
Raimundo,
Não sei se foi tua intenção: vi a vida de uma menina anorética e bulímica.Sei lá...Viajei nesse poema!Gostei.Gostei e pronto!
Bjins, Betha.