Encontrei No Ar A Fragrância Da [Tua Pele]
As minhas mãos florescendo entre as tuas
Colorindo a vida com as cores do amor
Cores fortes
[De coisa boa que não desbota]
Num pedaço de céu que parece nem ter cor
Por onde se perdem leves os balões
Regressas sempre
Em palavras que afluem banhadas em saudades
No céu da minha boca
[Palavras vivas em mim]
Hoje sou feita de versos e um pouco de mar
Tenho a pele salgada de palavras desenhadas pelo teu olhar
E usei meu perfume floral
[Milagres de flores num vestido branco]
Degustei as romãs mais doces do que as maçãs que me oferecias
Sorris na distância dos quilômetros que não digo
Atentamente escuto o vento
Que vez ou outra trás o silêncio do teu beijo
Nas lembranças de minha memória
Feito abraço que não cansa que dá o mundo e o sonho e enlaça amor
Enquanto eu voo até mim para chegar antes da explosão dos ventos
[Para sempre...enquanto eu respirar________]
Ro Fontana
Quando eu morrer flores despidas 🌷
Quando eu morrer não digas a ninguém
Partilha comigo alguns minutos
Uma noite inteira. Cobre o meu corpo
Frio com um lençol branco
Quando eu morrer
Recita um soneto, um poema
Que escrevi, talvez o tenha
Escrito para ti, fica junto de mim
Quando eu morrer
Deixa-me ver mais uma vez o mar
Promete-me que não choras
E nem tocas com a tua boca
Os meus lábios frios
Promete-me que lanças a tua solidão
A tua dor, as tuas lágrimas
Para um poço profundo
Sem olhar para trás
Que cuidarás das nossas flores
Quando o vento e a chuva chegarem
Serei o teu anjo da guarda
E todo o meu amor brilhara em ti
Quando eu morrer estarei eternamente
Presente no teu coração
Continuarei a viver no teu pensamento
Com amor e saudade
Quando eu morrer por favor
Não digas a ninguém que eu parti
Que parti como as flores despidas
Despidas pelo vento.
Quando eu partir
Chora com alegria
Que eu estarei na serra
Entre os lobos
🌷🌺
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
[O Amor Comeu A Minha Paz]
[O Amor Comeu A Minha Paz]
Cerejeiras em flor
Numa imensidão de céu
Sinto as melodias em rascunhos
Onde versos são rimados em silêncio
Sopros de um céu em chuva
Violado pelas memórias invencíveis
[De pele na pele]
De noites que o dia não pode sussurrar
Nesse céu posso voar para onde eu quiser
Sem álamos, sem luas
Enganando meus sonhos [tantos]
Ao cair das estrelas viajo na tua pele de marfim
Uma outra vida, um outro tempo
A fragilidade dos espelhos já não me refletem
Letras de papel recortadas pelo tempo
Onde o amor comeu a [minha] paz
Por Ro
[Silêncio Em Cores]
Dos meus lábios nasce o desejo
Que calmamente
deita-se em meu peito
-Em aromas de pétalas brancas
Como melodia
trazida pela brisa
no silêncio da minha alma
Com os sons e formas
que emoldura o meu viver
e me fazem sonhar
-Dançam livres as libélulas a brincar
No reverso do avesso do teu olhar
Deslizei nos contornos doces dos teus lábios
-A brisa que se dilatou no silêncio
Trouxe o hálito fresco da paixão
De branda maresia
A transparência dos teus sonhos
a caminhar no adentrar do meu corpo
Confessa nos meus lábios os murmúrios e os segredos de amor
E eu adormeço no doce sentir do beijo teu
Ro Fontana
Um Amor De Outras Vidas [...]
Tempo de amar
À meia-luz
só posso contar-te dos amores que não [re]conheço!
sobre sonhos
é inútil escreve-los
pois dos que deles vivi, não me interessam mais.
[Entenda]
Gosto do teu olhar desenhando meu sorriso
Da ponta dos teus dedos em minha [delicada] pele fria.
O aroma do chá de hortelã
Um livro de poesia...
[A estação da paixão, a nossa primeira vez]
Na sala
sob a luminária
As margaridas imóveis no vaso de cristal
exalam poesia
A janela entreaberta
O desejo
tece com o vento da varanda
É madrugada fria
Serei tua. Só tua.
Vestida de amor
Como poesia vestida de melodia
Ro Fontana
[...Preciso regar as flores do deserto!]
Um algodão doce, uma asa de anjo, uma música
e a fita azul que trouxe o cheiro do amor antigo
lembranças em cinza
e vermelho
[outras até sem cor]
O coração dilacerado e uma infinidade de silêncios
hoje eu preciso regar as flores do deserto!
[e as guardo no silêncio que abraça minha poesia]
Nos meus lábios um beijo frio
na lâmina do teu sorriso
nas cicatrizes antigas
os meus olhos de silêncios
[que sabem tolher poemas]
rasga as pálpebras e sangra a pele
onde o dia cega a escuridão
Arde-me ainda o teu beijo nos lábios que te recuso.
[faz-me falta algo mais que o teu corpo]
p.s
Eu respiro você...
[Você sente______¿ ?]
Por Ro
Estou triste, desiludida e cansada 🌹
Estou triste, desiludida e cansada
Das dores que me castigam
O corpo e a alma
Das injustiças, de tanta falsidade
E a hipocrisia do ser humano
De ver as pessoas a viver de aparências
De ver tanta desigualdade
Entre ricos e pobres
De ver tanta maldade, que fazem às crianças
De tanta incompreensão no trabalho
Das falsas promessas dos nossos governantes
De conviver com pessoas egoístas
Maldosas fúteis e inúteis
De ver prosperar a impunidade
A nossa justiça é cega
De ver tanto sofrimento, no abandono dos velhos
De tanto desamor, entre pais e filhos
De ver tanta falta de fé e de esperança
De ver portas fechadas para quem mais precisa
Que mundo é este em que nós vivemos?
Lavo a minha alma triste
Num terror latente
De gelado mar de tanta desilusão.
🌻🌹
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
*AS ROSAS MEU AMOR ♥
Nas minhas mãos são
Como as saudades de amor
Cartas escritas no desejo
Do teu corpo aveludado
Como as leves pétalas
De rosas, seda e cetim
Feitas em poemas
Que repousam ternamente
Entre as nuvens e afagos
Da minha dor, do meu amor
Perdidas e esquecidas
Entre as fragas da vida onde
Os olhos cheios de mar
Voz que murmura ao meu ouvido
Ternamente escrita no teu olhar
Acorrentada na minha pele.
Cala a mágoa quando falo de amor
Inventa-me e invento-te
Mãos vazias no silêncio
Onde esconde a minha dor, desamor
Palavras que gritam nas noites frias
E silenciosas como uma rosa
Do tempo do amanhecer
Escritos no meu coração.
Onde gritam todos os silêncios
Num doce olhar, sem te prender
Calor da tua voz a ternura do teu olhar
Um instante de paixão.
A tua mão presa na minha mão
O meu corpo ardente no teu
As rosas nas minhas mãos são
Como as saudades de ti meu amor.
♥
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
ღMortal viver, mortal morte, Covid 19✿
Conta-me dos mortos, que dos vivos eu já sei
De enxada na mão, da alma que sofre
Chuva que bate forte nos ramos da pobre videira
Nas parras do nevoeiro na serra
De viciosos caminhos de lama
Pois as nossas almas belas assemelham-se
Ao luto negro do amanhã
Por entre os palcos do velho circo
Conta-me dos mortos, pois dos vivos nada sei
Onde perco o trilho do nosso refúgio
Papoilas que voam na tempestade sombria
Deixadas no chão já secas, molhadas
Molhadas de tinta do velho tinteiro
Que sobrevive com pena ou dor
Conta-me dos mortos, que dos vivos pouco sei
No padecer de um vírus que ataca
Em cada abraço, cada beijo, cada aperto de mão
Que tortura o corpo já sem falar na mente
A morte espreita em cada canto do mundo
Em cada esquina na escarpa que me fere os pés
Conta-me dos mortos que dos vivos pouco me lembro
Nesta aflição que enregela o meu canto ou o meu trabalho
Deste vírus mortal que ataca toda a humanidade
Conta-me dos vivos, que dos mortos esses não ficarão esquecidos
Na saudade que já deixam de tantas lágrimas perdidas
De um adeus feito a distância que sufoca a alma
Pois a esperança nasce todos os dias e a fé a todas as horas
Carpe diem
Os caminhos são feitos de pedra
Mas Deus nos ampara mesmo descalços
🌹👒🍂
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
QUANDO EU ME FOR EMBORA
QUANDO EU ME FOR EMBORA
Quando eu me for embora, levarei comigo
a madrugada e de meu pai, suas mãos rudes,
com que moldava, a golpes incisivos,um tronco
frágil
insubmisso, sempre em sentido vertical.
De minha mãe, não esqueço, a ternura que mandava, disfarçada,
por entre o pão suado e a manteiga. Assim cresci.
Quando eu me for embora, também não esquecerei, os luares
que percorri, envolto em ti, sem precisar de
leito. Assim cresci.
Mais tarde, pouco mais, hei-de lembrar-me daquilo que não fiz.
Mas quando eu me for embora, é porque morri, cá dentro,
por não saber cuidar de ti, amor-perfeito.
arfemo