Não sei que faça no Natal que vem;
Disfarçada figura que esmoreça,
Em terno presépio de Belém,
Numa indistinta sombra que apareça?
Ou rubro astro num pano que se teça,
Sobre a lareira na noite do bem?
Eis-me círio de alguém que faleça,
Estando eu morto e apagado também.
Toma-me o desespero da incerteza,
Esse gume da faca em que se busca
O equilíbrio entre ser e não ser…
Não me consola a consoada sem ter,
Na percepção do raio que me ofusca,
O diabo e Deus sentados à mesa.
04 de Novembro de 2009