A saudade é o pulsar da esperança,
Corcel arisco que não se domina,
Um prazer que recua quando avança,
Desenfreada na alma que a subestima.
É em mim a dor duma chaga divina,
Noutros talvez um cancro que descansa,
Um pensamento feito ser que arruína,
A casa do tempo que não se alcança.
Saudade é um bem-querer apartado,
Torna-se amante de qualquer soldado,
E cresce na medida da distância…
Pulsando a esperança, a saudade é ânsia,
De inverter o relógio e na infância,
Ser livre e para sempre encarcerado.
19 de Março de 2010