Poemas : 

A marcha dos repetentes

 
Casa, trabalho,
trabalho, casa,
presos ao gatilho,
tanto quanto à bala.

[bebeu água benta
para se tornar santo,
matar a sede, bem morta,
sem passar a porta]

Dormir e acordar e dormir e acordar,
um repouso que se exercita,
uma vigília presente
que nos fala,
que dá brilho,
que nos aguenta.

Inspira
e expira...

Ganham memórias, glórias inglóras
e contam-nas
em histórias...

Eis a marcha dos repetentes.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

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Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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