No meu dia anoitece de manhã,
Os raios solares, belos lunares;
A escuridão vê na luz uma irmã,
Que se apaga por todos os lugares.
E assim adormece inútil e vã,
Sobre o leito da terra e sobre os mares,
Tocando todas as coisas de Pã,
Fiando tempo para tu chegares.
Não tarda põe-se a lua lá no poente,
E eu já sei; vêm dizer-me que estou doente,
Sem sequer me auscultarem a carcaça…
Que faço então? Vou buscar a caraça,
Trajo-me e vou para o meio da praça,
E já pareço feliz e contente.
18 de Janeiro de 2011