Não há vil verso para este latir,
Mesmo animando alguns desenterrados,
Faltarão sempre dizeres rimados,
E rejeito frases sem as sentir.
Haverá ainda sonetos louvados,
Impolutos em livros por abrir,
Na descoberta de um rosto a sorrir,
Em dez dedos sobre o peito contados.
Se me falta o verso, faço-me à nau,
Embarco destinado ao meu destino:
Cruzar mares de letras infindáveis…
Aportarei num irreal sarau,
Trazido pelas ondas do meu destino,
À proa dos meus poemas olvidáveis.
12 de Fevereiro de 2011