Eu sou feito de emoções
Minha arte é o que sinto quando o silêncio não me cabe.
Eu transformo desejo, dor e amor em palavras—
pra dizer o que não sei dizer, pra amar sem precisar falar.
Para reformular coisas impostas em verdades.
Para transmutar consciência em inquérito.
Sou água — fluida e impetuosa,
mas moldam-me com seu espaço.
Diga-me inverdades e mostrarei o desconexo,
trarei luz ao que não pode ser dito.
E quando tudo for sombra,
me farei verso —
porque só assim continuo existindo.
Aqui jaz alguém que não pode ser metade.