Tétrico entre as coisas belas do mundo,
Por isso são belas e eu severo,
São gente em comunhão e eu vagabundo,
Perene e livre na épica de Homero.
Neste universo que sou e circundo,
A que dou luz com a tocha de Nero,
Ao breu mais denso, dos poços sem fundo,
Só de eco me engrandeço e desespero.
Na frouxidão do pulsar ambulante,
Voante, marcante, transumante,
Fogo de alma ou eterna combustão…
Resisto-me, ainda que já não mais cante,
Dado ao alcantil, ao vento soão,
E às suas mil formas de tentação.
30 de Agosto de 2022
Viriato Samora