Poemas : 

Seara

 
Por vezes
tem de ter uma paciência
a
olhar-se ao espelho...
Em cada segundo que passa
fica mais velho,
nisso não há ciência
nem meses.

De vez em quando
tudo esquece
ao
olhar para a janela.
E tudo ganha graça
como esta tigela,
que ao lume ainda aquece
quando o calor vai-se somando.

Raramente
repara na gota, pequeno orvalho
e
ela transborda, tornando-se rio...
Todo o momento o abraça
deixando-o vazio,
velho espantalho
que sente.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

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Autor
Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 29/03/2023 16:43  Atualizado: 29/03/2023 16:43
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 Re: Seara
os espelhos são contraditórios, mas a beleza dos versos, não. bom voltar aqui.