Não há no mundo quem se crucifixe,
Nem nos astros do espaço sideral,
Ninguém toma as dores do bem no mal,
Se alguma alma assim fizer, que se afixe!
Por mim vou semeando o meu vendaval,
Aclarando a verdade em cada eclipse,
No sol que já nasce em apocalipse,
Nesse gesto que não és, meu sinal.
O que não tenho é pensamento lógico,
Somente este cadáver biológico,
Já putrefacto até à redenção…
Tudo o mais são lírios e assim são,
Que nenhum deus apaga a sensação,
Vazia deste poema escatológico.
07 de Maio de 2010