No regaço triste da despedida,
Impôs-se o fim, querendo ser letal,
Ceifando o bem a eito por entre o mal,
Única voz ecoante na partida.
A lágrima num cárcere de sal,
Deu corpo ao desgosto daquela vida,
Deus é morto às mãos dum qualquer deicida,
Que rouba o sonho do ser-se imortal.
Foi no leito entre os teus peitos de cera,
Num abraço esquecido anoitecera,
O corpo exangue à putrefacção dado…
Ficou a saudade e o seu legado,
A força da dor e um beijo gelado,
Descrente o tempo do que acontecera.
28 de Setembro de 2023
Viriato Samora