Sonetos : 

No regaço triste da despedida

 
No regaço triste da despedida,
Impôs-se o fim, querendo ser letal,
Ceifando o bem a eito por entre o mal,
Única voz ecoante na partida.

A lágrima num cárcere de sal,
Deu corpo ao desgosto daquela vida,
Deus é morto às mãos dum qualquer deicida,
Que rouba o sonho do ser-se imortal.

Foi no leito entre os teus peitos de cera,
Num abraço esquecido anoitecera,
O corpo exangue à putrefacção dado…

Ficou a saudade e o seu legado,
A força da dor e um beijo gelado,
Descrente o tempo do que acontecera.

28 de Setembro de 2023


Viriato Samora

 
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ViriatoSamora
 
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