Para quem escrevo não interessa,
Ninguém pergunta às rolas porque cantam,
Ninguém sabe dum longe que se meça,
Ninguém diz quantas dores se suplantam.
É sabido que te envergonho, ó Eça,
Mais a todos os poetas que me encantam,
Eis-me única e defeituosa peça,
Porém, entre as penas que se agigantam.
As minhas letras são de liberdade,
Seja a minha, salpicada de egoísmo,
Em que me encerro no meu solipsismo…
Porque se respiram, a mim invade
Em guisa poética a necessidade,
De tornar voz e corpo o meu lirismo.
14 de Maio de 2010